FORAM-SE OS ANÉIS…

Foram-se os anéis ficaram os dedos desprovidos de riqueza.

Dias amargos de angústia e desespero levaram muitos setubalenses, à semelhança do que acontecia pelo país, a despojarem-se do ouro que juntaram em tempos em que a vida sorria e a esperança se renovava, tempos em que se acreditava que o futuro era risonho e o emprego era duradouro, por exemplo.

Mas veio a crise, a recessão e o desemprego. O cenário idílico alterou-se e com ele muitos portugueses afundaram-se num ror de problemas que ainda hoje pesam, e de que maneira, no erário público.

A falência de milhares de empresas que arrastaram consigo o desemprego para mais de oitocentos mil trabalhadores ditou uma nova era na vida dos portugueses, uma era de dificuldades acrescidas, de fome e miséria, de vidas atolhadas em problemas que até há poucos anos atrás não pareciam ameaçar de forma tão veemente.

Aproveitando o momento dramático surgiram no panorama nacional casas especializadas em comprar ouro e prata, as novas ourivesarias, a quem já não tinha mais recursos financeiros.

Por todo o lado este género de negócio foi proliferando. Setúbal não foi excepção.

Num ápice abriram portas mais de uma dezena de novas ourivesarias em busca do ouro dos setubalenses.

O negócio era frutífero e os seus agentes ganhavam muito dinheiro. Chegou-se a pagar entre os 17 e os 32 euros por grama de ouro, o que levou a uma autêntica correria obrigando as pessoas a desfazerem-se das suas jóias.

Era uma forma limpa e eficaz de enfrentar a crise e a falta de dinheiro. Por todos os bairros foram muitos os setubalenses que se deslocaram a estas lojas trocando ouro e prata por dinheiro vivo.

Não parecia haver outra solução e, na verdade, ainda hoje a crise vai obrigando a tais medidas que, ao fim e ao cabo empobrecem as famílias deitando por terra expectativas e criando verdadeiro desespero.

Só que, pelo que se percebe, são já poucos os que ainda guardam as suas peças valiosas e vão conseguindo resistir a desfazerem-se delas. Daí que algumas destas novas ourivesarias tenham já fechado portas porque o negócio parece ter os dias contados.

Numa abordagem com alguns proprietários deste tipo de loja percebe-se isso mesmo, que o negócio já não tem pernas para andar por muito mais tempo tal a quantidade de ouro despojado pelas famílias confirmando, ao mesmo tempo, que “os que ainda guardam algumas jóias, estão numa situação que ainda é favorável”.

Seja como for os anéis foram e os dedos ficaram desprovidos de melhores recordações.

Alianças, fios, colares, pulseiras, pregadeiras, anéis, brincos, peças várias, tudo entrou na contagem decrescente do empobrecimento geral.

O ouro arrecadado foi, entretanto, vendido à posteriori nas fábricas para dar origem a novas peças que têm, pelo que percebemos, também dificuldade em sair dos escaparates das ourivesarias convencionais.

 

Quanto vale ouro usado

 

Os ourives, diz a lei, têm de registar as peças que compram, fotografá-las, retê-las um mês antes de serem revendidas, escoadas e fundidas. É obrigatório fazer ficha do vendedor, fotocópia do bilhete de identidade ou cartão do cidadão. E reportar de imediato à Judiciária – para controlo do ouro roubado, à mão armada, por esticão ou furto. Nas verdade não se sabe se todos cumprem do mesmo modo.

Pensa vender o seu ouro para cobrir algumas despesas? Desde que o faça corretamente, é uma grande decisão. O preço do ouro usado varia bastante consoante vários critérios que os avaliadores conhecem com distinção. Os pesos e os graus de pureza do ouro usado tornam-se os mais determinante para o valor final.

O valor de uma peça tende a ser calculado entre o seu peso e o trabalho artístico. Daí que na maior parte dos casos o valor a pagar raramente contemple o valor artístico da peça. O ourives apenas paga o valor do ouro pelo que o mais certo é que ao longo destes anos de despojo tenham sido irremediavelmente perdidas grandes peças de arte sem que o valor do trabalho tenha sido objeto de apreciação ou entrasse nas contas finais. Mas como a pressa é inimiga da perfeição verifica-se que este detalhe não foi importante para quem se desfez dos seus objetos. O mais o importante era valorizar ao máximo cada grama a ser paga e quanto maior fosse o valor melhor serviria as pretensões dos vendedores.

 

O que são os quilates?

O quilate é uma unidade de medida que representa coisas diferentes, consoante falemos de ouro ou diamantes.
No ouro, trata-se de uma medida de pureza: O ouro puro tem 24 quilates (1000 milésimas de ouro). Uma peça que contenha ouro a 22 quilates, significa que o metal precisoso está presente numa proporção de 916,67 milésimas de ouro em cada 1000 milésimas totais). As famosas libras de Ouro, no caso da Libra “Rainha Vitória”, têm cerca de 22 quilates. Para uma moeda que pesa 7,98 gramas, a quantidade de ouro é de “somente” 7,32 gramas. As joias podem ter ouro nos seus mais variados graus de pureza mas têm, geralmente, uma componente de ouro inferior às barras de ouro, que são quase totalmente compostas por ouro puro.
Nos diamantes, os quilates medem o tamanho (e, por conseguinte, o peso). Um diamante de um quilate pesa apenas 0,20 gramas.

Normalmente, estes são os valores obtidos por cada tipo de peça. Os valores entre parênteses representam o nível de pureza. A tabela abaixo pode não estar completamente correta com os últimos valores de mercado mas certamente que dará para o leitor ter uma ideia desses mesmos valores.

São preços bastante elevados e que garantem uma boa estabilidade financeira a longo prazo. Acontece é que poderão ser tomados diferentemente de acordo com o tipo de estabelecimento que visitar, mas isso é uma questão de se informar acerca da fiabilidade de cada um.

 

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