DUBAI AQUI TÃO PERTO

Texto Pedro Conceição

Não, não estamos a falar de auto-estradas nem do nosso “Portugal profundo”. Estamos a falar de um novo destino que se tornou bem mais apelativo e acessível nos últimos anos, com os novos voos directos a partir de Lisboa.

Estamos a falar do Dubai, que agora está “somente” a cerca de sete horas e meia de distância. Estará literalmente do outro lado do mundo em menos de oito horas. Pode optar por seguir depois para outro destino exótico, como muitos o fazem, ou decidir ficar por ali mesmo e explorar o que este “novo mundo” tem para oferecer.

E o Dubai é o que mais perto poderá ter de “novo mundo“ nos tempos actuais. Dizemos isto porque o Dubai é uma cidade construída a partir do nada, com o dinheiro infinito do petróleo, nos últimos 10 a 15 anos. Antes disso, o Dubai era uma pequena metrópole, porto de mar e centro de pequeno comércio, rodeada de uma imensidão de areia do deserto que fazia aqui fronteira natural com o mar. Aliás, o mais impressionante que o Dubai tem para oferecer é a imensidão e grandeza da pegada humana que aí foi deixada em tão pouco tempo. São dezenas e dezenas de novas infraestruturas de todo o tipo, como escritórios, hotelaria, edifícios religiosos e habitação. Mas não foi só na areia do deserto que este fenómeno se criou… são milhares de metros quadrados roubados ao mar, em ilhas artificiais em forma de palmeiras gigantes, que só são percepcionadas como tal se as virmos em altitude, a partir de um qualquer avião.

Não se impressione demasiado com esta descrição megalómana porque, apesar de totalmente verdadeira, não são precisos muitos dias para ver as mais importantes ofertas turísticas e culturais oferecidas pelo Dubai. Se tiver as coisas bem planeadas, verá tudo em dois a três dias. Se tiver mais tempo, aproveite para fazer praia, explorar as muitas actividades disponíveis ou visitar outro destino das redondezas. Até porque, estando lá, todo o oriente fica perto e barato… bem, é relativo, porque será a somar à viagem base. É a teoria do “já agora”…  Desta vez, ficámos só pelo Dubai. Damos algumas dicas do que não deve perder e do que deve evitar…

Em primeiro lugar, se viajar em família, escolha um hotel que aceite crianças no quarto. Os hotéis são virtualmente todos novos e espaço não parece ser problema no Dubai. Mas as políticas comerciais de cada hotel podem favorecer ou dificultar a viagem com crianças. A oferta de hotéis é genericamente imensa e excelente! Existem para todos os gostos, dos muito baratos aos muito, muito, mesmo muito caros. Se filtrar a sua escolha por hotéis de 5*, verá que ainda assim encontrará opções muito acessíveis – em comparação com outros destinos.

Outro facto a ter em conta é que, por muito central que seja o seu hotel, vai precisar de andar de Táxi. Tudo é grande e longe no Dubai. Se não planear bem o seu dia, fará longos trajectos de Táxi, de um lado para o outro. Tente decidir antecipadamente o que quer visitar e planeie o seu dia de um lado da cidade para o outro. Por exemplo, a parte velha do Dubai, onde encontrará o mercado de ouro, o mercado de peixe e o mercado de especiarias é numa das pontas. As famosas ilhas em formato de palmeira são exactamente na ponta contrária, a vários km de distância e, hoje em dia, com muito trânsito entre elas.

Começamos então por recomendar que faça uma visita de cidade com condutor privado. Pode marcar na agência de viagens local ou combinar um preço fixo com um táxi premium que esteja à porta do seu hotel. Há dois tipos de táxis, os “normais” que costumam ser Toyota e os “Premium” que usualmente são Lexus (a marca premium da Toyota). Fizemos a volta num destes últimos e cumprimos o plano à risca. Começamos na parte velha, nos mercados de ouro e especiarias (dispensámos o mercado de peixe… não “nos cheirou”). Pode visitar uma mesquita, tendo sempre em atenção ao respeito pelos valores culturais da região (mulheres devem apresentar-se com o cabelo coberto por um lenço e manter as pernas “tapadas”. Todos se devem descalçar à entrada do templo). Fomos tirar a selfie com o hotel de 6*, em forma de vela, como fundo, Visitamos brevemente uma das ilhas em forma de palmeira e o icónico hotel Atlantis – réplica do seu homónimo e famoso hotel/casino das Bahamas), comemos um gelado na marina do Dubai, a babar para os luxuosos e numerosos iates aí estacionados e com mais alguns originais arranha céus na envolvência. Terminámos o “tour” no maior centro comercial do Dubai, que só por si daria para um dia a andar bem, para lhe dar a volta completa.

Em pouco mais que meio dia, vê tudo no Dubai, mas sem ver nada com muita profundidade. Nesta altura já deverá ter uma s quantas fotografias simpáticas. Já terá uma ideia global da cidade e do seu povo. A partir daqui, já pode começar a fazer escolhas de acordo com as suas preferências específicas.

Pode planear dias inteiros de compras, nos principais e gigantescos centros comerciais existentes. Encontrará os melhores produtos e marcas de todo o mundo, principalmente as mais luxuosas.

Se gosta de desportos radicais, pode saltar de paraquedas sobre uma das ilhas em forma de palmeira. Terá uma visão única desta gigante infraestrutura criada pelo homem. Pode também fazer sky na pista com neve artificial que bem se faz notar no centro do Dubai – sim, há pistas de gelo no Dubai. Se preferir os desportos aquáticos, pode sempre ir mergulhar num dos dois grandes aquários de água salgada disponíveis, juntamente com tubarões e outros exóticos espécimes aquáticos. São aquários similares ao Oceanário de Lisboa, onde a principal diferença é que você pode literalmente ir lá para dentro nadar com os peixes (por marcação e pagando o respectivo bilhete).

Se prefere outros parques aquáticos, pode escolher entre os vários parques de escorregas, mais ou menos radicais, do Dubai. Se escolher ir visitar o Hotel Atlantis, além do grande aquário tem ainda um parque de praias e piscinas artificiais onde pode “trabalhar para o bronze”, nadar nas piscinas ou, por exemplo, tomar banho com raias e alimentá-las (por marcação). Ofertas similares para outros animais, como por exemplo os simpáticos golfinhos. Antes de voltar para o seu hotel, se não estiver hospedado no próprio Atlantis, tem ainda um variado leque de luxuosos restaurantes onde poderá jantar…

Não deve mesmo é perder um pôr do sol no deserto, imagem de marca da região. Há várias excursões disponíveis que podem ou não incluir jantar com danças tradicionais, no deserto.

Também não pode perder uma visita à torre mais alta do Mundo, a Burj Khalifa, no seu deck de observação no 124º andar, onde pode tirar umas fotos fantásticas. Através dos observatórios electrónicos disponibilizados, poderá ver como a paisagem era à dez anos atrás. Verá que a transformação do Dubai foi mesmo incrível.

Apesar da cidade ser extremamente  cosmopolita, de ter todas as comunidades do mundo moderno – de fazer inveja a qualquer cidade europeia ou americana – se visitar o Dubai deve estar preparado para uma grande diferença cultural.

A cultura ocidental é tolerada aos turistas mas não devemos esquecer que o país é islâmico. Os homens e mulheres usam normalmente as vestes tradicionais, sendo que os homens vestem longas túnicas brancas e as mulheres os tradicionais vestidos negros, por vezes com a cara totalmente tapada. Não deve estranhar nem ficar chocado com esta visão que é bastante comum. Não deve obviamente ficar a olhar fixamente e muito menos criticar as opções dos habitantes locais. É uma questão cultural e religiosa que é por aqui levada muito a sério.

Apesar de tolerarem aos turistas (e aos habitantes estrangeiros) a cultura ocidental, não pense sequer em ostentar alguns comportamentos em particular. Por exemplo, não deve beber álcool sem ser em locais autorizados a turistas (alguns hotéis). Outro exemplo, deve evitar manifestações de carinho em público, havendo relatos de turistas com problemas com a lei e autoridades locais por terem dado beijos em restaurantes ou em público. Como dissemos anteriormente, os turistas são “tolerados” mas os comportamentos mais “liberais” estão longe de o ser…

Resumindo, o Dubai é um destino fascinante desde que esteja disposto a prescindir um pouco da sua liberdade cultural em respeito pela cultura e sensibilidade dos habitantes locais. No mundo islâmico, o Dubai é de longe o país mais “liberal” mas não vá com a ideia que “vale tudo”… Não é difícil e no nosso caso facilmente nos adaptámos a nos divertir “à grande” apesar dos (poucos) condicionamentos que nos são pedidos.

Vá, experimente e divirta-se!

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