E se na próxima sexta-feira a sorte lhe bater à porta entregando-lhe um milhão de euros? Já pensou o que faria a tanto dinheiro? Aliás, primeiro é necessário perguntar se o leitor é um habitual apostador dos Jogos Santa Casa, nomeadamente no Euromilhões, que traz agora consigo o Milhão em sorteio aparte. Se muitos duvidam que algum dia possam acertar nos cinco números e duas estrelas mágicas, muitos começam a imaginar que, talvez, o Milhão combine mais facilmente o fator sorte com a oportunidade de estar com a chave certa à hora certa. Na verdade este novo jogo aparece como um atrativo muito apetecível uma vez que por apenas 50 cêntimos permite levantar um milhão de euros o que, convenhamos é muito dinheiro. Muitos já sabem de que forma o empregariam. Outros nem sequer pensam nisso porque também não estão muito crentes que a sorte os possa bafejar. Mas o dinheiro sempre dá para tudo como pagar o IMI, as prestações do carro, um jantar aos amigos, viajar e até assegurar o futuro dos filhos. Mandar a sogra a Marte, ou enfiá-la num cruzeiro à volta do mundo tal como os anúncios da Santa Casa sugerem não parece fazer parte dos planos dos setubalenses. Pelo menos para aqueles a quem colocámos algumas questões relacionadas com o assunto nenhum fala da sogra ou coisa que o pareça. Na verdade os nossos entrevistados são gente que joga habitualmente com hábitos diferenciados, ou seja, em sociedade, ou a título individal e nalguns casos apenas quando há jackpot. Pelo que se percebe o tal propalado Milhão é coisa que daria muito jeito às finanças de cada um, dinheiro extra a entrar nos bolsos e a fazer suprir gastos que de outra forma sempre se tornam mais onerosos. O Milhão joga-se por mais 50 cêntimos em cada aposta do Euromilhões, às terças e sextas-feiras. A combinação mágica de três letras e cinco números pode realizar os sonhos a muitos apostadores. No entanto é preciso sorte. É que as chaves saem diretamente da máquina sem possibilidade de escolha. Depois é esperar pelo sorteio e saber se tem a chave certa. O Milhão já saiu a um apostador anónimo de Setúbal. O que se espera é que a sorte continue por estas bandas e, talvez, quiçá, um dia saia ao autor desta peça…
SÓ JOGOS DE DESEMPENHO
Fernando Casaca é diretor do Teatro do Elefante. Para si o jogo não é uma coisa importante pelo que, elucida, nunca apostou no euromilhões com o M1lhão. “Não sou jogador – atira para lembrar que – sou adepto dos jogos em que o desempenho é mais importante para o resultado do que a sorte ou o acaso”. No entanto se acaso fosse bafejado pela sorte “construía um teatro, uma sala de espetáculos, para ter melhores condições de trabalho, e promover projetos artísticos e culturais”, admite. Apesar de tudo continua intransigente e diz que não apostará mais que uma ou até duas vezes por ano.
PAGAR O IMI E O CARRO
Graça Moura é funcionária da Câmara Municipal de Palmela. Tem por hábito apostar nos Jogos da Santa Casa de Lisboa, mas sempre inserida num grupo de colegas que às terças e sextas-feiras arriscam na sorte sempre que há jackpot. Até hoje os prémios andam arredios mas nunca se sabe se o amanhã trará novidades e das boas. Se a sorte lhe batesse à porta e fosse contemplada com o Milhão, sabe bem onde o empregaria: “acho que as probabilidades de se acertar na combinação certa de letras e números é mais reduzida, mas não se tem como não jogar. Pagava IMI’s, o resto das prestações do carro, e fazia alguns extras normais que um ordenado de funcionária pública não permite”, assegura.
INVESTIR NO TEATRO
Bruno Frazão é figura bem conhecida na nossa cidade pelo seu envolvimento em questões da cultura como o teatro, as marchas ou a música. É um apostar recorrente mas a sorte ainda não lhe bateu à porta e instado sobre se alguma vez lhe saiu algum prémio explica: “se for em relação ao euromilhões não pois o máximo que ganhei foi trinta e poucos euros. Se for em relação a minha vida no geral não me posso queixar”. Como apostador não coloca de lado a ideia de que um dia possa vir a ser contemplado e se o prémio for um milhão as coisas já estão planeadas: “Investia naquilo que mais gosto de fazer o teatro. Talvez construi-se um teatro de raiz para dar largas à minha imaginação. Viajaria pelo mundo. Claro que haveria uma parte para a família. Esperando que um milhão desse para tudo. Mas seria sempre um dia repleto de muitas emoções. Talvez um dia… “ quem sabe?…
JANTAR COM AMIGOS
Lurdes Pólvora Cruz é artista plástica com atelier aberto em Setúbal. Tem recordações de momentos de sorte ao jogo. “Quando tinha doze anos- explica – a minha mãe mandou-me escolher uma rifa e saiu-me uma galinha e quando fiz uma viagem de barco ganhei o bingo de final de viagem cheia de dinheiro e uma copa de prata, nada mau…”. Mas no que concerne aos Jogos Santa Casa a coisa pia de outra maneira. A sorte ainda não se chegou perto muito por culpa sua que não é muito dada ao jogo. “Só se for desafiada porque sozinha não percebo nada daquilo”, esclarece. Por isso só de quando em vez acaba por apostar sempre em sociedade. Mas se um dia o Milhão “estalar” sabe bem o que há-de fazer ao dinheiro: “É evidente que depois de um jantar com amigos para festejar punha alguns assuntozinhos em dia e ia descansar numa viagem de sonho. Depois preocupava-me em controlar o restante”. Mas a verdade é que não acredita que isso venha a acontecer: “Nem penso nisso. Acredito que se não trabalhar é que não me sai nada… No mínimo vou comendo e bebendo”, remata.
GARANTIR FUTURO DOS FILHOS
José Caló está a tirar uma licenciatura no Instituto Politécnico de Setúbal. Acredita que um dia a sorte lhe baterá à porta entregando-lhe o tão almejado milhão com o qual se “dedicava ao estudo de uma das áreas que mais gosto, Antiguidade Clássica. Para além de deixar os meus filhos com o futuro assegurado, dedicar-me-ia a ir conhecer a história nos locais onde ela se desenvolveu”. É um habitual apostador do Euromilhões agora com mais uma chance de sucesso monetário por apenas mais 50 cêntimos. “Se não acreditasse que um dia me irá sair deixava de jogar – confessa para logo garantir – um dia vai sair!”. Até agora os prémios alcançados não ultrapassaram os habituais valores mínimos mas isso não desmotiva este setubalense que garante que irá continuar a apostar na sorte.